sexta-feira, março 20, 2009

Relator da ONU aponta crimes de guerra de Israel em Gaza

GENEBRA (Reuters) - O relator especial da ONU para direitos humanos nos territórios palestinos, Richard Falk, disse nesta quinta-feira que a operação militar de Israel na Faixa de Gaza aparentemente constitui um grave crime de guerra.

Falk afirmou que as Convenções de Genebra exigem que as forças beligerantes distingam entre alvos militares e os civis ao seu redor.

"Se não for possível fazê-lo, então lançar ataques é inerentemente ilegal e aparentemente constitui um crime de guerra de grande magnitude sob o direito internacional", disse o relator em um relatório anual enviado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU..

"Com base nas evidências preliminares disponíveis, há razão para chegar a tal conclusão", acrescentou Falk.

Israel invadiu a Faixa de Gaza em dezembro, alegando a necessidade de impedir os militantes palestinos de dispararem foguetes contra o seu território. A ação militar durou 22 dias e devastou o território litorâneo onde vivem 1,5 milhão de pessoas.

Falk apresentou o mesmo número de vítimas da ofensiva que costuma ser citado por entidades palestinas de direitos humanos -- 1.434 mortos, sendo 960 civis.

Israel, que teve 13 mortos durante a guerra (sendo 3 civis), contesta as cifras e acusa os militantes do Hamas em Gaza de usarem civis como escudos humanos.

Falk defendeu a criação de um grupo de especialistas independentes para investigar supostos crimes de guerra cometidos tanto pelo Hamas quanto por Israel.

De acordo com ele, Israel cometeu violações como "alvejar escolas, mesquitas e ambulâncias" e usar armas com fósforo branco. Já o Hamas foi acusado por disparar foguetes contra alvos civis de Israel.

De acordo com Falk, o bloqueio da Faixa de Gaza, ainda parcialmente em vigor, também viola as Convenções de Genebra, o que indica outro crime de guerra, além de possíveis crimes contra a humanidade.

A ofensiva militar não foi legalmente justificada e pode representar "um crime contra a paz", conceito estabelecido nos julgamentos de autoridades nazistas pelos tribunais de Nuremberg, após a 2a Guerra Mundial, de acordo com Falk, um professor norte-americano de Direito que atua como investigador independente do Conselho de Direitos Humanos.

O relator especial sugeriu ainda que o Conselho de Segurança da ONU poderia criar um tribunal penal especial para estabelecer as responsabilidades pelos crimes de guerra em Gaza, e lembrou que Israel não assinou os estatutos de Roma, que criaram o Tribunal Penal Internacional, em Haya.

quarta-feira, março 18, 2009

Polícia britânica indenizará suspeito de ser terrorista

Londres, 18 mar (EFE) - A Polícia Metropolitana de Londres (MET) aceitou hoje indenizar em 60 mil libras (cerca de 64 mil euros) um suspeito de ser terrorista detido em uma operação policial e contra o qual nunca foram apresentadas acusações.

Em audiência perante o Tribunal Superior de Londres, a advogada do acusado, Phillippa Kaufmann, explicou que Babar Ahmad foi submetido a "abusos de caráter religioso" e a situações de "violência prolongada, gratuita, grave e injustificada" após ser detido, em dezembro de 2003.

Ahmad, um analista de informática de 34 anos, foi detido durante uma operação em sua casa no bairro de Tooting, sudoeste de Londres, mas nunca foi acusado formalmente.

Durante o julgamento, a advogada do acusado assegurou que seu cliente foi arrastado pelas algemas e agarrado pelo pescoço, entre outros maus-tratos.

Kaufmann disse que a violência empregada pelo Grupo de Apoio Territorial da MET teve o objetivo de humilhar seu cliente e de fazê-lo temer por sua vida.

A Polícia chegou a negar que Ahmad, nascido em Londres e de origem paquistanesa, tivesse sido pisoteado, agarrado pelos testículos e recebido joelhadas dentro da caminhonete policial.

Além de seu litígio com a MET, Ahmad está à espera da decisão sobre um recurso de extradição aos Estados Unidos - autorizada pelo Reino Unido em 2005 -, país que quer prendê-lo por supostamente dirigir sites para incitar a guerra santa e arrecadar fundos para os talibãs no Afeganistão.

domingo, fevereiro 08, 2009

Filme sobre julgamento de criminoso de guerra sérvio abala Berlinale


(E-D) Ator sueco Rolf Lassgard, atriz romena Anamaria Marinca, atriz neo-zelandesa Kerry Fox e o diretor alemão Hans-Christian Schmid

BERLIM (AFP) — O jovem diretor alemão Hans-Christian Schmid é um dos concorrentes ao Urso de Ouro, no 59º Festival de Cinema de Berlim, com "Storm", um suspense político que relata as dificuldades para se julgar um criminoso de guerra sérvio e que estreou neste sábado.

Filmado em Sarajevo, principalmente em inglês, "Storm" mostra o difícil trabalho de Hanna, uma procuradora do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII), com sede em Haia, que busca provar a culpabilidade do suspeito detido, um ex-militar sérvio acusado de ter deportado e assassinado centenas de civis muçulmanos bósnios.

A atriz neozelandesa Kerry Fox, lembrada por sua atuação em "Um anjo em minha mesa", de Jane Campion, é Hanna.

"Durante minha preparação para esse papel, é claro que conversei, em Haia, com vários procuradores e advogados. Impressionou-me muito a maneira como se dedicam à defesa dos direitos humanos. É algo que tem a ver com a vocação, é um chamado exercer essa vocação", disse a atriz.

O filme expõe ainda a dificuldade para se proteger as vítimas que chegam ao TPI para denunciar seus algozes e a impunidade de que gozam muitos criminosos.

A atriz romena Anamaria Marinca, mais conhecida por seu papel no filme sobre aborto "4 meses, 3 semanas e 2 dias", ganhadora da Palma de Ouro em Cannes, em 2007, interpreta uma bósnia vítima dos estupros em massa cometidos pelos soldados sérvios.

O diretor Hans-Christian Schmid, um dos expoentes do jovem cinema alemão, disse esperar que seu filme contribua para a continuação dos trabalhos do TPI, que deve fechar suas portas em 2010.

"Quisemos mostrar as pressões diplomáticas que se exercem sobre o TPI. Eles trabalham sob uma enorme pressão. A ONU quer que seu trabalho acabe em 2010, mas me parece que é preciso dar mais tempo a esse tribunal. Para as testemunhas dessa guerra, é difícil se decidir a prestar depoimento. É algo que leva tempo", comentou.

Schmid esclareceu que seu trabalho não se baseia em um caso particular entre as inúmeras atrocidades cometidas na guerra, "mas está muito perto da realidade".

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Frase

"Estou mais interessada no que acontece em Gaza. Não é a crise financeira que eu pretendo encontrar nesses filmes".

Tilda Swinton, atriz escocesa que preside o júri do 59º Festival de Cinema de Berlim, ao responder a uma pergunta sobre o impacto dos acontecimentos atuais na seleção oficial.

Manifestantes pró-Palestina invadem quadra em jogo da Euroliga

AFP/STR

EFE - Toni Garriga


EFE - Toni Garriga


AFP/STR


AFP/STR


AFP/STR


EFE - Toni Garriga


AFP-STR


AFP - LLUIS GENE


Das agências internacionais
Em Barcelona (Espanha)

A partida entre Barcelona e Maccabi Tel Aviv, pela segunda fase da Euroliga, foi marcada por manifestações pró-Palestina. Nesta quinta-feira, no Palau Blaugrana, em Barcelona, cerca de dez pessoas invadiram a quadra no fim do primeiro quarto com bandeiras palestinas, protestando contra os conflitos na Faixa de Gaza.

A partida acabou com vitória do Barcelona por 85 a 65. Foi o primeiro triunfo do time espanhol pela segunda fase do principal torneio de basquete da Europa.

A polícia de Barcelona tratou o confronto contra o Maccabi como jogo de risco, já que no ano passado cerca de 50 pessoas acabaram presas quando os dois times se enfrentaram pela Euroliga 2008. Desta vez, manifestantes se reuniram em frente ao ginásio, para protestar contra a política de Israel em relação aos palestinos.

Cerca de dez pessoas que invadiram a quadra acabaram detidos. A manifestação foi organizada pela Campanha Catalã de Solidariedade com Gaza, que censura o governo espanhol por seguir vendendo armas a Israel.

"O Maccabi é um dos representantes da política externa de Israel. Os jogadores até mesmo visitaram as tropas israelenses enquanto crianças e mulheres morriam em Gaza", afirmou David Karvala, porta voz do grupo.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Estudantes criam esculturas a partir de armas no Iraque

"Peixe", de Ali Hamed


"Cavalo", de Haider Mufaq


"Insetos", de Ali Hamed


"Dor", de Haider Mufaq


"Trem a Vapor", de Haider Mufaq



"Nós Vamos Ficar", de Ahmed Emad Al Deen



Tariq Saleh
De Beirute para a BBC Brasil

Um projeto conjunto entre uma ONG iraquiana e a Universidade de Bagdá promove a criação de esculturas a partir de armas apreendidas no Iraque, um dos países mais perigosos do mundo.

As esculturas são feitas a partir dos metais de armas leves, como fuzis AK-47 e pistolas, e também peças de armamentos mais pesados, como lançadores de granadas e morteiros.

Graduandos da Faculdade de Artes da Universidade de Bagdá recebem o material da ONG IMCO, especializada em desativar minas terrestres e explosivos e destruir armas apreendidas pelas forças militares iraquianas e americanas.

O diretor da IMCO, Zahim Mutar, disse que o projeto começou em novembro do ano passado quando foram apreendidas cerca de 10 mil armas em cinco semanas de operações. Em média, são destruídas 800 armas por dia.

Segundo ele, há muitos projetos de destruição de armas em vários países, mas este seria o primeiro a transferir as peças para o incentivo à cultura.

"Para nós isto simboliza um novo Iraque, a transformação de meios de destruição e morte em algo que incentive a cultura e a paz", disse Mutar.

Ele também revelou que o projeto prevê mais treinamento para os artistas, para que assim eles possam vender suas obras.

As esculturas criadas vão desde animais e veículos até ícones da história iraquiana.

"Estamos organizando para o mês de abril uma exposição com todos os trabalhos feitos pelos graduandos da universidade", completou. O dinheiro arrecadado, segundo Mutar, será revertido para orfanatos e para o tratamento de crianças feridas por bombas ou minas terrestres.

Armas
A IMCO foi fundada no final de 2003, após a invasão do Iraque por forças lideradas pelos Estados Unidos.

O Departamento de Estado americano envia fundos para a ONG, mas, de acordo com Mutar, a entidade opera com independência e todos seus funcionários são iraquianos. "Nossa missão é apenas limpar o país de minas terrestres e outros explosivos, além de destruir os armamentos apreendidos pelos governos iraquiano e americano", explicou Mutar.

Ele disse que o projeto de transformar as sobras de armamento em arte surgiu a partir da necessidade de reeducar as pessoas para os perigos da guerra que aflige o país. As armas chegam ao depósito da IMCO na "zona verde", uma área em Bagdá de alta segurança e onde ficam vários prédios do governo iraquiano. No prédio da entidade, há uma máquina hidráulica que corta as armas para que sejam enviadas às oficinas de arte da universidade.

"Algumas destas esculturas fazem parte da própria decoração da sede da IMCO em Bagdá", enfatizou Mutar.

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Israel tolerou e promoveu construção ilegal em terras palestinas, diz jornal

Jerusalém, 2 fev (EFE) - Um relatório secreto elaborado pelo Ministério da Defesa de Israel mostra que o Governo tolerou e impulsionou a construção ilegal em terras privadas palestinas nas colônias judaicas na Cisjordânia, informa hoje o jornal "Ha'aretz".

Os dados contidos no relatório "Spiegel" começaram a ser reunidos há quatro anos e indicam que essas edificações construídas em terrenos pertencentes a particulares palestinos não são apenas casas de colonos, mas também delegacias de Polícia, escritórios municipais e sedes de bombeiros.

Os dados do dossiê documentam que, em 75% dos assentamentos judaicos em território palestino, houve a construção sem a devida autorização e que, em pelo menos 30 das mais de 120 colônias, foi edificado de forma ilegal em terras privadas pertencentes a cidadãos palestinos.

As colônias judaicas na Cisjordânia são consideradas ilegais pela legislação internacional, mas os tribunais e autoridades israelenses permitem a construção nos principais blocos de assentamentos, que o Estado judeu considera que ficarão em solo israelense em qualquer acordo de paz com os palestinos.

O relatório, elaborado por uma equipe dirigida pelo general Baruch Spiegel, ajudante do então ministro da Defesa, Shaul Mofaz, mostra, no entanto, que a maioria das colônias se expandem de forma ilegal sob a própria legislação israelense com o conhecimento do Governo.

De fato, a construção ilegal - diz o jornal - é impulsionada pelo próprio Executivo de Israel através do Ministério de Construção e Habitação, e não é controlada pela Administração Civil, organismo que administra os territórios palestinos ocupados.

A informação contida nesse dossiê é contra a postura oficial do Estado, que indica, por exemplo, no site do Ministério de Exteriores que "as ações de Israel referentes ao uso da terra sob sua administração são tomadas com estrita consideração às normas da legislação internacional".

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Médico afirma que Israel usou urânio e fósforo em ataques a Gaza

da Efe, em Argel

Mohamed Khouidmi, cirurgião argelino que trabalhou durante a ofensiva de Israel contra Gaza no hospital de Shifa, o maior do território palestino, afirmou que o Exército israelense usou urânio e fósforo branco nos bombardeios à região.

Khouidmi acaba de voltar à Argélia, após atuar como responsável de emergência em Shifa. Em entrevista ao jornal argelino "Liberté", ele afirmou que foi possível ver nos ferimentos de várias pessoas sequelas provocadas pelo urânio.

"O Exército israelense usou mísseis antipessoais que explodiam cerca de 50 centímetros da superfície, o que provoca a amputação dos membros inferiores das pessoas que estão no perímetro da deflagração", afirmou o médico.

O especialista explicou que os feridos por esses mísseis, após horas de intervenção cirúrgica no hospital e, uma vez realizada a amputação e fechada a ferida, eram internados no serviço de reanimação.

"Depois de duas ou três horas, a ferida voltava a abrir-se e a hemorragia matava o paciente", disse Khouidmi, que explicou que isto aconteceu em algumas ocasiões no hospital e que os especialistas concluíram que havia presença de urânio nos mísseis israelenses.

Fósforo branco

O cirurgião argelino afirmou que o que viu em Gaza foi "pior" que o que encontrou no Iraque ou no sul do Líbano, aonde também foi como voluntário médico.

"O que eu constatei em Gaza era estranho, nada a ver com o que pude ver em outros conflitos", explicou.

Além disso, ressaltou que os corpos que examinou no depósito tinham "os intestinos queimados e exalavam um cheiro de alho", por isso disse não ter "nenhuma dúvida" de que o Exército israelense também utilizou fósforo branco em seus ataques.

Khouidmi explicou que ele e outros especialistas que trabalharam em Gaza elaboraram um relatório com exames detalhados e o enviaram ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Eles pedem à organização o envio de uma comissão de investigação neutra sobre a utilização de armas proibidas por parte de Israel, "especialmente o urânio".

Organizações humanitárias das Nações Unidas e a Cruz Vermelha já haviam denunciado o uso de fósforo branco por parte do Exército de Israel contra civis, o que é classificado como crime de guerra.

Diretor da Agência de Energia Atômica cancela entrevista à BBC

da Folha de S. Paulo


O egípcio Mohamed El Baradei, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um organismo da ONU (Organização das Nações Unidas), cancelou nesta quarta-feira (28) entrevista que daria para a emissora pública britânica BBC.

Foi o mais recente de uma onda de protestos contra a decisão da emissora de não levar ao ar anúncio produzido pelo Comitê para Desastres de Emergência britânico, formado por 13 ONGs e instituições humanitárias, para arrecadar fundos para os palestinos feridos e desabrigados na ofensiva israelense em Gaza.


A BBC argumenta que visou manter sua "imparcialidade" em relação ao conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas. No Reino Unido, a Sky News, emissora de Rupert Murdoch, também não veiculou o anúncio, que mostra cenas fortes do sofrimento de civis em Gaza.


El Baradei disse que cancelou sua entrevista por acreditar que a recusa "viola as regras da decência humana básica". A BBC disse "lamentar" a decisão e informou ter recebido mais de 11 mil queixas. Nesta quarta-feira, 110 parlamentares britânicos endossaram moção contra a rede.


O Comitê para Desastres de Emergência, que inclui grupos como a ONG Oxfam e a Cruz Vermelha, pedira na semana passada às emissoras que divulgassem o apelo --o que foi feito por várias emissoras privadas. A BBC é uma emissora pública nacional, que não aceita publicidade em sua programação, mas já mostrou apelos humanitários outras vezes.


O vídeo foi veiculado na segunda-feira à noite e arrecadou, até esta quarta-feira, US$ 1,4 milhão. O governo israelense tem se mantido fora da questão.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Software israelense manobra opiniões na internet

DIÓGENES MUNIZ
editor de Informática da Folha Online

Nem só de caças F-16 e mísseis teleguiados são feitos os ataques israelenses em Gaza. Uma arma em específico se destacou pela eficiência apresentada desde a escalada do conflito --e continuará sendo usada, mesmo após o cessar-fogo. Ela age nos bastidores da internet, modificando resultados de enquetes on-line, entupindo caixas de e-mails de autoridades e ajudando a protestar contra notícias desfavoráveis à comunidade israelense.

O nome da ferramenta é Megaphone, um software desenvolvido pela companhia Collactive e distribuído pela organização Giyus ("mobilização" em hebraico, mas também sigla para "Give Israel Your United Support" ou "Dê a Israel seu apoio integrado", em tradução livre). O programa serve para mobilizar internautas pelo mundo dispostos a manobrar ("balancear", segundo os usuários) opiniões na rede.

Desenvolvido em 2006, durante a Guerra do Líbano, seu uso atingiu 36.700 "soldados virtuais" com o conflito em Gaza. A meta: 100 mil participantes.

Lobby 2.0

O internauta disposto a fazer parte do arrastão cibernético precisa baixar um programa no site Giyus.org, que se apresenta como uma "coalizão de organizações pró-Israel trabalhando juntas para ajudar a comunidade judaica a fazer suas opiniões serem ouvidas de maneira efetiva".

Instalada a plataforma, aparecem no computador alertas em tempo real sobre notícias, enquetes, artigos, vídeos ou blogs que estejam com visões "a favor ou contra" a comunidade. Lembram os avisos de novas mensagens do comunicador instantâneo MSN. O internauta é convidado, a partir daí, a "agir por Israel" --enchendo os alvos de críticas, elogios ou votos.

Com poucos cliques (e sem dominar o idioma da página em questão), é possível influenciar uma pesquisa no site do Yahoo! ou mandar uma notícia sobre mísseis palestinos para a ONU, entre outros. O programa oferece no próprio navegador um formulário completo de "ação" já preenchido, com endereços dos destinatários e conteúdo padrão a ser enviado: o internauta sequer precisa abrir sua conta de e-mail ou clicar em "enviar".

Redes sociais e sites colaborativos, como Facebook e YouTube, também estão na mira do software. Esse tipo de estratégia, que recebeu o apoio do Ministério das Relações Exteriores de Israel, já forçou o site da BBC a tirar uma enquete do ar.

Desde o início da invasão a Gaza, dezenas de comunidades e sites foram "pichados", invadidos ou derrubados, tanto por piratas virtuais palestinos quanto israelenses. O que se destaca neste caso, no entanto, é o modo de atuação do programa, que institucionaliza a manipulação de informação de forma coordenada e colaborativa.