As nações assinaram um acordo para que a Indonésia envie especialistas ao Brasil para estudar a tecnologia dos biocombustíveis, disse o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono.
"O Brasil tem sido bem-sucedido na produção de etanol, e é claro que a Indonésia pode aprender com sua pesquisa e seus desenvolvimentos", disse Yudhoyono em uma entrevista coletiva após negociações com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil, pioneiro no uso em grande escala de etanol em veículos, vem misturando o combustível produzido a partir da cana-de-açúcar com gasolina há décadas, assim como abastece grande parte de seus veículos com etanol puro.
A Indonésia, o maior produtor de óleo de palmeira do mundo, também vem impulsionando o uso de biocombustíveis para reduzir o uso de derivados do petróleo e quer tornar obrigatório o uso de 2,5 por cento de mistura de biodiesel até setembro.
O setor de biocombustíveis vem sendo atacado por grupos ambientalistas por acelerar a destruição das florestas, enquanto alguns analistas o culpam por contribuir com o aumento do preço internacional dos alimentos por utilizar terras que poderiam ser destinadas à produção de alimentos.
O presidente brasileiro defende os biocombustíveis e acusa especuladores internacionais de contribuírem com o atual aumento de preços de alimentos e combustível.
"Primeiro de tudo, não é a produção de etanol ou de biocombustível que é responsável pelo aumento no preço da comida", disse Lula.
Os problemas com alimentos podem ser amenizados por um acordo na rodada de Doha, que dê acesso para produtos agrícolas ao mercado internacional, afirmou Lula.
O presidente brasileiro também disse que países ricos deveriam fazer mais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
"Ninguém quer preservar nossas florestas mais do que nós, mas os países que mais poluem têm que começar a discutir mais seriamente como reduzir as emissões de gases de efeito estufa", defendeu Lula.
(Reportagem de Telly Nathalia)
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