quarta-feira, junho 06, 2007

Nazistas na Lua

Com o passado apagado dos arquivos, muitos cientistas nazistas construíram brilhantes carreiras nos Estados Unidos - a ponto de batizar uma cratera lunar.

Naquele 23 de março de 1962, o Centro Espacial Marshall, no sudeste dos Estados Unidos, estava em festa. Era uma sexta-feira e o alto escalão da Nasa celebrava os 50 anos de Wernher von Braun, o prestigiado cientista alemão criador do foguete Saturno V, que levou os norte-americanos à Lua. A comemoração, que custou US$ 730,45, foi regada a muita bebida, comida e música.

Entre os convidados estavam Dieter Grau e Guenther Haukohl, na época investigados pela unidade de caça aos criminosos nazistas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Nada que destoasse do clima da comemoração. O aniversariante era, ele próprio, renomado major da SS de Hitler e havia comandado um campo de trabalho escravo para a fabricação de mísseis durante a Segunda Guerra. E não era o único.

Após a queda dos países do Eixo, o governo norte-americano trouxe cerca de 1 600 cientistas nazistas - muitos deles criminosos de guerra - para trabalhar nos seus serviços de inteligência. Quando entravam no país, entretanto, todo o passado desses cientistas era apagado dos arquivos - Eles se tornavam apenas ótimos profissionais alemães ou austríacos.

É o caso de Herbert Wagner, membro da Tropa de Assalto de Hitler e criador do primeiro míssel guiado usado na guerra, e de Kurt Blome, réu absolvido em Nuremberg pela participação em crimes de eutanásia, extermínio de tuberculosos e mortes com experimentos diversos.

Blome foi representante do Conselho de Pesquisa do Reich, que aprovou a maioria dos experimentos nos campos de concentração. Apesar disso, trabalhou por quase 10 anos no exército norte-americano.

Nos Estados Unidos, esses pesquisadores viveram com altos salários e proteção do governo. Muitos deles são lembrados até hoje como heróis nacionais, tendo sido agraciados com prêmios e honrarias. Outros, como Von Braun, foram ainda mais longe. Seu nome ficou eternizado em uma cratera de 60 quilômetros de diâmetro na superfície da Lua.

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