terça-feira, fevereiro 27, 2007

G-77

Países ricos deveriam assumir culpa por aquecimento

Um poderoso grupo de nações em desenvolvimento sugeriu hoje que os países ricos deveriam assumir a responsabilidade pelas mudanças climáticas, cujos efeitos são sentidos principalmente em países pobres atingidos pelo aquecimento global e por catástrofes ambientais.


Apesar de a emissão de gases causadores do efeito estufa aumentar também em economias asiáticas emergentes como a China e a Índia, "historicamente, a maior parte da degradação ambiental no planeta foi provocada pelos países industrializados", declarou o embaixador do Paquistão na Organização das Nações Unidas (ONU), Munir Akram. "Hoje, infelizmente, há uma espécie de esforço de propaganda para tentar atribuir a culpa pela degradação ambiental a essas economias em rápido desenvolvimento", disse Akram.


O diplomata paquistanês falou em nome do Grupo dos 77 (G-77), do qual o Brasil faz parte, depois de uma reunião da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, conhecida pelas iniciais em inglês FAO. O G-77 é composto por 132 países (a maioria em desenvolvimento) mais a China.


Durante a reunião da FAO, surgiu a informação de que a África contribuiu com apenas 2,6% de toda a degradação ambiental já causada ao mundo, revelou Akram. "Mas é a África quem sofre o maior impacto da degradação ambiental em termos de desertificação e mudanças climáticas", declarou. "Certamente impedir o avanço dos países em desenvolvimento não é a resposta à questão das mudanças climáticas", disse ele.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Criminoso de guerra condenado

Servo-bósnio é sentenciado a 34 anos de prisão por crimes de guerra

Sarajevo, 16 fev (EFE) - O Tribunal Estatal da Bósnia condenou hoje o servo-bósnio Gojko Jankovic a 34 anos de prisão por crimes de guerra contra civis no início da Guerra da Bósnia (1992-1995) na cidade de Foca (sudeste).

Essa é a maior condenação por crimes de guerra ditada até agora pelo tribunal bósnio, no segundo caso cedido pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) a uma corte local.

Jankovic foi condenado por violações múltiplas, torturas, assassinatos e expulsão de bósnio-muçulmanos de abril de 1992 até novembro de 1993.

Como comandante de uma unidade paramilitar, à frente de 20 homens, atacou civis muçulmanos que tinham se escondido em uma colina próxima em julho de 1993.

O Livreiro de Cabul

'Asne difamou a minha família'

Em entrevista exclusiva ao Estado, Rais diz que espera recuperar a sua honra e a de seu país

Shah Muhammad Rais, de 53 anos, é o legítimo livreiro de Cabul. A paixão pela leitura começou na infância, em férias de verão que passava nas capitais do Irã, Paquistão e da antiga União Soviética, onde costumava visitar livrarias com o pai, construtor. Como ele, Rais formou-se em engenharia civil pela Universidade de Cabul. Mas, ainda na faculdade, começou a publicar, importar e vender a estudantes livros didáticos e científicos, depois história, sociologia e literatura. Hoje, vende para 300 escolas e 10 universidades no Afeganistão e é o maior editor e livreiro do País.

Por defender seus livros, Rais foi preso pelos comunistas após a invasão soviética do Afeganistão, em 1980 - atrás das grades, aproveitou para ler mais sobre a história de seu país e poesia persa, uma paixão. Teve a sua livraria invadida e o estoque queimado inúmeras vezes durante os subseqüentes regimes dos radicais islâmicos mujahedin e Taleban. Mas, conseguiu preservar, escondidos em porões, 17 mil títulos de literatura e história afegã, em idiomas como pashi, alemão, francês, russo, inglês, espanhol e até português, além de dari e pashto, idiomas locais. É o maior acervo de que se tem notícia sobre o país e que ele pretende transformar em uma nova biblioteca nacional - a antiga foi saqueada pelos talebãs.

Por enquanto, mantém seu acervo em uma loja no centro comercial e político de Cabul, onde emprega 24 funcionários. A partir desta semana, ingressa em uma nova aventura: rodar por cidades distantes no volante de um ônibus Mercedes-Benz, transformado em livraria itinerante - um desafio, num Afeganistão com mais de 70% da população analfabeta - que leva o nome de Books & Rivers (Livros & Rios).

Por que rios? “Porque não se pode parar o curso d’água”, diz. A mesma analogia ele usa para justificar a sua decisão de escrever Eu Sou o Livreiro de Cabul, espécie de acerto de contas com a autora norueguesa Asne Seierstad. “Não importa o que eu faça, o livro de Asne permanecerá como verdade. Só me resta apresentar a minha versão”, diz Rais, um velho conhecido dos jornalistas.

Intelectual, viajado e poliglota, serviu a uma geração de correspondentes de guerra internacionais em busca de informações sobre a realidade do país, há quase três décadas em conflito. Assim conheceu Asne, enviada ao Afeganistão para cobrir a invasão americana pós 11 de setembro de 2001. Ela chegou a Cabul em fevereiro de 2002, após a queda do regime taleban.

Continua...

http://www.estado.com.br/editorias/2007/02/11/cad-1.93.2.20070211.2.1.xml

NATO

O terrorismo não reinvindicado da NATO

Daniele Ganser, professor de história contemporânea na universidade de Basileia e presidente da ASPO-Suíça, publicou um livro de referência sobre os "Exércitos secretos da NATO" . Segundo ele os Estados Unidos organizaram na Europa Ocidental durante 50 anos atentados que atribuíram mentirosamente à esquerda e à extrema esquerda para as desacreditar aos olhos dos eleitores. Esta estratégia continua hoje em dia para criar o temor do Islão e justificar as guerras do petróleo.

Continua...

http://www.voltairenet.org/article145221.htm

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

24 Horas

JACK BAUER ESTARIA ESTIMULANDO SOLDADOS AMERICANOS A TORTURAR PRISIONEIROS NO IRAQUE


Num episódio de "24 Horas", Jack Bauer mostra a um terrorista cenas de membros de sua família sendo executados e ameaça matar seus filhos se não conseguir a informação de que precisa - mas tudo não passava de uma simulação usada pelos agentes da CIA como técnica de interrogatório.

Agora uma organização de direitos humanos dos EUA está chegando à conclusão de que soldados do exército americano no Iraque estariam usando técnicas de tortura aprendidas com as séries de TV para "melhorar" sua performance na hora de interrogar prisioneiros.

Segundo a Human Rights First, desde o 11 de setembro o número de cenas de tortura no horário nobre da TV americana aumentou consideravelmente. A organização promoveu um encontro entre militares aposentados que faziam interrogatórios com prisioneiros e produtores das séries "24 Horas" e "Lost" para conversar sobre o preocupante fato de vida estar imitando a arte.

Segundo o site Yahoo News, Tony Lagouranis, um ex-militar americano que interrogou prisioneiros na famosa prisão de Abu Ghraib em Bagdá e esteve presente ao encontro, afirmou que presenciou falsas execuções como forma de persuasão de prisioneiros, como foi visto em "24 Horas".

Claro que a TV não é o único fator a influenciar essa prática de interrogatório - segundo Lagouranis, os interrogadores geralmente são jovens soldados, com pouco treinamento e sob extrema pressão de seus superiores para conseguirem informações o mais rápido possível. Mas já é motivo de preocupação para a organização que um professor da academia de soldados tenha afirmado que Jack Bauer representa um de seus maiores desafios no treinamento.

Outro oficial aposentado do exército americano, coronel Stu Herrington, que aprendeu técnicas de interrogatório no Vietnã, afirmou que, se Jack Bauer trabalhasse para ele, seria levado à corte marcial pelos seus crimes contra os prisioneiros.

Antes de 2001, as poucas cenas de tortura no horário nobre apareciam sendo cometidas pelos vilões das séries. Em 1996 e 1997 nem chegou a haver cenas de tortura na TV, segundo uma organização que monitora o conteúdo da programação.

Já em 2003 houve 228 cenas desse tipo, vistas em séries como "Alias", "Law & Order", "The Shield" e até "Star Trek: Voyager". Em "Lost", o iraquiano Sayid torturou o golpista Sawyer e chegou a dizer, com uma faca na mão, "talvez se você perder um olho você comece a falar".

Howard Gordon, produtor-executivo de "24 Horas", sugeriu que um sentimento de desamparo na população americana por causa do terrorismo e da guerra no Iraque possa estar sendo refletido na TV. "Mas nós não fazemos um documentário, nem um manual de interrogatórios", afirma. "Nós fazemos apenas um programa de TV."

Jill Savitt, da organização Human Rights Firs, diz que entende a posição do produtor e que seu objetivo é educar os roteiristas que escrevem cenas de interrogatórios sem nunca ter conversado com um interrogador da vida real.

Ela tenta conseguir o apoio de Hollywood para sua causa e pensa em convidar Kiefer Sutherland para dar palestras a soldados na academia e explicar a eles que Jack Bauer não passa de ficção - e, em última instância, que a tortura não pode ser tolerada em nenhuma circunstância.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Mais Burkini

17/01/2007 - 14h06
Estilista cria o burquíni, o biquíni adequado às normas do Islã

da Redação

Mecca Laalaa, 20, de burquíni, é parte da primeira equipe de salva-vidas muçulmanas de Sidney, na Austrália
Foto: AFP -- 04/02/2007


O que fazer se você é muçulmana e quer curtir uma praia, mas sem desrespeitar as normas do vestuário islâmico? Pensando nas mulheres que têm esse problema, a estilista Aheda Zanetti criou o "burquíni", que ela diz ser o primeiro traje de banho islâmico com duas peças.

A estilista, que é libanesa mas mora na Austrália, mostrou sua criação em um evento de moda em Sydney.

Segundo ela, muitas muçulmanas estavam privando de se divertir e de se exercitar por causa da falta de um traje adequado.

Zanetti, que diz ter virado estilista "por acaso", já havia criado outras roupas esportivas apropriadas às normas do Islã.

O "burquíni" recebeu o apoio do maior clérigo muçulmano do país, o xeque Taj Aldin al-Hilali, uma figura polêmica que ano passado causou protestos ao comparar mulheres vestidas supostamente sem recato a "carne descoberta".

A tia Izildinha viu o burquíni, aprovou e disse que até usaria.

Mais Moda Islâmica

Modelo iraniana apresenta vestido durante desfile de moda islâmica em Teerã (Irã)
Foto: AFP -- 18/01/2007

Murat Kurnaz

Turco conta em livro seus cinco anos de prisão em Guantánamo
da Efe, em Berlim

Murat Kurnaz, que ficou preso no centro de detenção da base naval de Guantánamo, decidiu publicar suas memórias sobre os cinco anos em que esteve no campo de prisioneiros mantido pelos Estados Unidos em Cuba.

"Cinco Anos da Minha Vida - Um Relatório de Guantánamo", escrito com a ajuda do autor e jornalista Helmut Kuhn, será lançado em 23 de abril.

Segundo Rowohlt, o livro revelará alguns detalhes até agora desconhecidos do inferno sofrido por Kurnaz, um turco de 24 anos nascido e criado em Bremen (Alemanha) e que foi preso em novembro de 2001, durante uma viagem ao Paquistão -- durante a qual desejava se aprofundar na religião islâmica.

Após sua prisão, Kurnaz foi entregue às forças dos Estados Unidos no Afeganistão, onde ficou detido durante alguns meses. Posteriormente, foi transferido para Guantánamo.

O caso de Kurnaz põe o ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier, contra a parede, já que ele era o coordenador dos serviços secretos do país durante a época da prisão. Steinmeier agora enfrenta a acusação de que o governo anterior não se esforçou para conseguir a libertação de Kurnaz, e até mesmo, segundo acusam alguns, rejeitou uma oferta dos Estados Unidos para libertá-lo, já no início de 2002.

O advogado de Kurnaz, Bernhard Docke, acusou o governo de ter prolongado inutilmente o inferno de seu cliente, que deixou Guantánamo quatro anos depois da suposta oferta, após o pedido da atual chanceler alemã, Angela Merkel.

Na comissão parlamentar que investiga o caso, Docke assegurou que "se não fosse pela chanceler Merkel, Kurnaz continuaria em Guantánamo". Steinmeier também está convocado a comparecer diante dessa comissão.

Segundo uma pesquisa do instituto Emnid, 64% dos alemães apóiam Steinmeier. Cerca de 44% das pessoas dizem, além disso, que, caso tivessem de tomar uma decisão em 2002 -- apenas um ano após o 11 de Setembro --, teria tomado a mesma decisão que o governo alemão tomou, pronunciando-se contra a libertação.

Steinmeier defendeu a decisão de então, sob o argumento de que o governo partia do pressuposto de que o turco estaria vinculado a círculos islamitas e, por isso, podia representar um perigo para a segurança.

Os diversos relatórios confidenciais citados na imprensa, no entanto, assinalam que, já em novembro de 2002, os serviços secretos alemães, que haviam interrogado Kurnaz pessoalmente em Guantánamo, haviam chegado à conclusão de que ele era inocente.

Ehren Watada

04/02/2007 - 19h55
Militar que se negou a ir ao Iraque vai à corte marcial nesta segunda

da France Presse, em Washington

A corte marcial do tenente Ehren Watada, o primeiro oficial do exército dos Estados Unidos que se nega publicamente a servir no Iraque, começa nesta segunda-feira, em Fort Lewis, Washington.

Watada enfrentará o julgamento por ter se negado, em 2006, a acatar as ordens de se apresentar no Iraque, alegando que se opunha à decisão do presidente George W. Bush de iniciar a guerra naquele país.

Ele será julgado, sob o Código do Uniforme da Justiça Militar, pelas acusações de expressar desprezo por Bush, de conduta improcedente para um oficial e um cavaleiro e por não viajar com sua unidade ao Iraque em junho de 2006 de maneira premeditada.

As acusações, que podem resultar em quatro anos de prisão numa instalação militar, se referem a declarações realizadas por Watada em 6 de junho, quando defendeu sua postura com base no fato de que Bush teria iniciado uma guerra ilegal e imoral.

"Nunca poderia conceber que nosso líder trairia a confiança que depositamos nele. À medida que lia sobre o nível de engano utilizado pela administração para iniciar e processar esta guerra, ficava alarmado. Comecei a sentir vergonha de usar meu uniforme", afirmou. "Se o presidente pode trair minha confiança é hora de eu avaliar o que ele me diz para fazer", acrescentou.

Um grupo de seguidores de Watada planeja realizar uma manifestação diante de Fort Lewis e outra diante da Casa Branca, na capital.