domingo, fevereiro 08, 2009

Filme sobre julgamento de criminoso de guerra sérvio abala Berlinale


(E-D) Ator sueco Rolf Lassgard, atriz romena Anamaria Marinca, atriz neo-zelandesa Kerry Fox e o diretor alemão Hans-Christian Schmid

BERLIM (AFP) — O jovem diretor alemão Hans-Christian Schmid é um dos concorrentes ao Urso de Ouro, no 59º Festival de Cinema de Berlim, com "Storm", um suspense político que relata as dificuldades para se julgar um criminoso de guerra sérvio e que estreou neste sábado.

Filmado em Sarajevo, principalmente em inglês, "Storm" mostra o difícil trabalho de Hanna, uma procuradora do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII), com sede em Haia, que busca provar a culpabilidade do suspeito detido, um ex-militar sérvio acusado de ter deportado e assassinado centenas de civis muçulmanos bósnios.

A atriz neozelandesa Kerry Fox, lembrada por sua atuação em "Um anjo em minha mesa", de Jane Campion, é Hanna.

"Durante minha preparação para esse papel, é claro que conversei, em Haia, com vários procuradores e advogados. Impressionou-me muito a maneira como se dedicam à defesa dos direitos humanos. É algo que tem a ver com a vocação, é um chamado exercer essa vocação", disse a atriz.

O filme expõe ainda a dificuldade para se proteger as vítimas que chegam ao TPI para denunciar seus algozes e a impunidade de que gozam muitos criminosos.

A atriz romena Anamaria Marinca, mais conhecida por seu papel no filme sobre aborto "4 meses, 3 semanas e 2 dias", ganhadora da Palma de Ouro em Cannes, em 2007, interpreta uma bósnia vítima dos estupros em massa cometidos pelos soldados sérvios.

O diretor Hans-Christian Schmid, um dos expoentes do jovem cinema alemão, disse esperar que seu filme contribua para a continuação dos trabalhos do TPI, que deve fechar suas portas em 2010.

"Quisemos mostrar as pressões diplomáticas que se exercem sobre o TPI. Eles trabalham sob uma enorme pressão. A ONU quer que seu trabalho acabe em 2010, mas me parece que é preciso dar mais tempo a esse tribunal. Para as testemunhas dessa guerra, é difícil se decidir a prestar depoimento. É algo que leva tempo", comentou.

Schmid esclareceu que seu trabalho não se baseia em um caso particular entre as inúmeras atrocidades cometidas na guerra, "mas está muito perto da realidade".

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Frase

"Estou mais interessada no que acontece em Gaza. Não é a crise financeira que eu pretendo encontrar nesses filmes".

Tilda Swinton, atriz escocesa que preside o júri do 59º Festival de Cinema de Berlim, ao responder a uma pergunta sobre o impacto dos acontecimentos atuais na seleção oficial.

Manifestantes pró-Palestina invadem quadra em jogo da Euroliga

AFP/STR

EFE - Toni Garriga


EFE - Toni Garriga


AFP/STR


AFP/STR


AFP/STR


EFE - Toni Garriga


AFP-STR


AFP - LLUIS GENE


Das agências internacionais
Em Barcelona (Espanha)

A partida entre Barcelona e Maccabi Tel Aviv, pela segunda fase da Euroliga, foi marcada por manifestações pró-Palestina. Nesta quinta-feira, no Palau Blaugrana, em Barcelona, cerca de dez pessoas invadiram a quadra no fim do primeiro quarto com bandeiras palestinas, protestando contra os conflitos na Faixa de Gaza.

A partida acabou com vitória do Barcelona por 85 a 65. Foi o primeiro triunfo do time espanhol pela segunda fase do principal torneio de basquete da Europa.

A polícia de Barcelona tratou o confronto contra o Maccabi como jogo de risco, já que no ano passado cerca de 50 pessoas acabaram presas quando os dois times se enfrentaram pela Euroliga 2008. Desta vez, manifestantes se reuniram em frente ao ginásio, para protestar contra a política de Israel em relação aos palestinos.

Cerca de dez pessoas que invadiram a quadra acabaram detidos. A manifestação foi organizada pela Campanha Catalã de Solidariedade com Gaza, que censura o governo espanhol por seguir vendendo armas a Israel.

"O Maccabi é um dos representantes da política externa de Israel. Os jogadores até mesmo visitaram as tropas israelenses enquanto crianças e mulheres morriam em Gaza", afirmou David Karvala, porta voz do grupo.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Estudantes criam esculturas a partir de armas no Iraque

"Peixe", de Ali Hamed


"Cavalo", de Haider Mufaq


"Insetos", de Ali Hamed


"Dor", de Haider Mufaq


"Trem a Vapor", de Haider Mufaq



"Nós Vamos Ficar", de Ahmed Emad Al Deen



Tariq Saleh
De Beirute para a BBC Brasil

Um projeto conjunto entre uma ONG iraquiana e a Universidade de Bagdá promove a criação de esculturas a partir de armas apreendidas no Iraque, um dos países mais perigosos do mundo.

As esculturas são feitas a partir dos metais de armas leves, como fuzis AK-47 e pistolas, e também peças de armamentos mais pesados, como lançadores de granadas e morteiros.

Graduandos da Faculdade de Artes da Universidade de Bagdá recebem o material da ONG IMCO, especializada em desativar minas terrestres e explosivos e destruir armas apreendidas pelas forças militares iraquianas e americanas.

O diretor da IMCO, Zahim Mutar, disse que o projeto começou em novembro do ano passado quando foram apreendidas cerca de 10 mil armas em cinco semanas de operações. Em média, são destruídas 800 armas por dia.

Segundo ele, há muitos projetos de destruição de armas em vários países, mas este seria o primeiro a transferir as peças para o incentivo à cultura.

"Para nós isto simboliza um novo Iraque, a transformação de meios de destruição e morte em algo que incentive a cultura e a paz", disse Mutar.

Ele também revelou que o projeto prevê mais treinamento para os artistas, para que assim eles possam vender suas obras.

As esculturas criadas vão desde animais e veículos até ícones da história iraquiana.

"Estamos organizando para o mês de abril uma exposição com todos os trabalhos feitos pelos graduandos da universidade", completou. O dinheiro arrecadado, segundo Mutar, será revertido para orfanatos e para o tratamento de crianças feridas por bombas ou minas terrestres.

Armas
A IMCO foi fundada no final de 2003, após a invasão do Iraque por forças lideradas pelos Estados Unidos.

O Departamento de Estado americano envia fundos para a ONG, mas, de acordo com Mutar, a entidade opera com independência e todos seus funcionários são iraquianos. "Nossa missão é apenas limpar o país de minas terrestres e outros explosivos, além de destruir os armamentos apreendidos pelos governos iraquiano e americano", explicou Mutar.

Ele disse que o projeto de transformar as sobras de armamento em arte surgiu a partir da necessidade de reeducar as pessoas para os perigos da guerra que aflige o país. As armas chegam ao depósito da IMCO na "zona verde", uma área em Bagdá de alta segurança e onde ficam vários prédios do governo iraquiano. No prédio da entidade, há uma máquina hidráulica que corta as armas para que sejam enviadas às oficinas de arte da universidade.

"Algumas destas esculturas fazem parte da própria decoração da sede da IMCO em Bagdá", enfatizou Mutar.

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Israel tolerou e promoveu construção ilegal em terras palestinas, diz jornal

Jerusalém, 2 fev (EFE) - Um relatório secreto elaborado pelo Ministério da Defesa de Israel mostra que o Governo tolerou e impulsionou a construção ilegal em terras privadas palestinas nas colônias judaicas na Cisjordânia, informa hoje o jornal "Ha'aretz".

Os dados contidos no relatório "Spiegel" começaram a ser reunidos há quatro anos e indicam que essas edificações construídas em terrenos pertencentes a particulares palestinos não são apenas casas de colonos, mas também delegacias de Polícia, escritórios municipais e sedes de bombeiros.

Os dados do dossiê documentam que, em 75% dos assentamentos judaicos em território palestino, houve a construção sem a devida autorização e que, em pelo menos 30 das mais de 120 colônias, foi edificado de forma ilegal em terras privadas pertencentes a cidadãos palestinos.

As colônias judaicas na Cisjordânia são consideradas ilegais pela legislação internacional, mas os tribunais e autoridades israelenses permitem a construção nos principais blocos de assentamentos, que o Estado judeu considera que ficarão em solo israelense em qualquer acordo de paz com os palestinos.

O relatório, elaborado por uma equipe dirigida pelo general Baruch Spiegel, ajudante do então ministro da Defesa, Shaul Mofaz, mostra, no entanto, que a maioria das colônias se expandem de forma ilegal sob a própria legislação israelense com o conhecimento do Governo.

De fato, a construção ilegal - diz o jornal - é impulsionada pelo próprio Executivo de Israel através do Ministério de Construção e Habitação, e não é controlada pela Administração Civil, organismo que administra os territórios palestinos ocupados.

A informação contida nesse dossiê é contra a postura oficial do Estado, que indica, por exemplo, no site do Ministério de Exteriores que "as ações de Israel referentes ao uso da terra sob sua administração são tomadas com estrita consideração às normas da legislação internacional".