Segundo o chanceler, neste local estavam estocados os remédios enviados pelo Brasil à Faixa de Gaza. Amorim afirmou, no entanto, não saber se a ajuda humanitária havia sido destruída.
"É necessário que, como em outros casos, seja feita uma investigação em detalhes de por quê aconteceu esse ataque nesse lugar", disse Amorim a jornalistas, destacando que os depósitos tinham fins exclusivamente humanitários.
Para o ministro, falta vontade política para que seja fechado um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
O chanceler brasileiro conclamou a comunidade internacional para que aumente a pressão pelo respeito à resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que pede o fim do conflito, que já matou mais de mil palestinos na Faixa de Gaza. Amorim voltou a defender a ampliação do grupo de países que faz a intermediação das conversas de paz na região.
"Os elementos para a paz estão dados. O que falta é vontade política de concretizar a paz", enfatizou Amorim, lembrando que a resolução da ONU determina o cessar-fogo, a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e a abertura da fronteira entre Israel e o território palestino.
"Se não houver esse cumprimento, estaríamos sendo jogados para uma lei da selva nas relações internacionais, o que não interessa a ninguém", acrescentou, destacando que os palestinos são o lado mais fraco do conflito.
Amorim, que acabou de voltar de um giro pelo Oriente Médio para conversar sobre a paz na região, lembrou que o Brasil defende a existência de Israel e também a criação de um Estado palestino.
"Têm que ser dois Estados viáveis. A Palestina não pode ser totalmente dividida e totalmente impossibilitada de existir como um Estado economicamente viável", destacou o ministro.
Para Amorim, Israel tem que existir com segurança, o que não ocorrerá se a questão só for vista do ponto de vista militar. "Não achamos que há futuro para Israel com o país se transformando em uma espécie de bunker cercado por países por todos os lados que tenham sentimentos variados", complementou.
Em sua viagem ao Oriente Médio, Amorim também reforçou o discurso de que o diálogo entre judeus e palestinos tem que ser intermediado por mais países. "Talvez essas discussões de paz necessitem de um ar novo, um ar fresco", disse, lembrando que, além do Brasil, Espanha e Turquia tentam participar de forma mais efetiva nesse caso.
O ministro também afirmou que todos os países da região devem trabalhar pela paz e assegurou que defenderá esse ponto de vista com as autoridades iranianas quando encontrá-las no futuro.
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