Carregando forte na bravata política num discurso feito na noite de segunda-feira, Olmert disse que exigiu falar com Bush na quinta-feira passada, faltando apenas dez minutos para uma votação no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato. Israel era contrário à resolução.
"Quando vimos que a secretária de Estado, por razões que não compreendíamos realmente, queria votar a favor da resolução da ONU ... eu procurei o presidente Bush, e me disseram que ele estava na Filadélfia, fazendo um discurso", disse Olmert.
"Falei 'não me importa. Preciso falar com ele agora mesmo'", afirmou Olmert, referindo-se a Bush, que deixará a presidência dos EUA em 20 de janeiro, como "amigo ímpar" de Israel.
"Tiraram Bush do pódio, levaram-no para outra sala, e eu conversei com ele. Eu disse a ele: 'Vocês não podem votar a favor desta resolução'. Ele falou: 'Escute, eu não estou sabendo sobre isso, não vi a resolução, não estou familiarizado com o texto dela.'"
Olmert afirmou que então falou a Bush: "Eu estou familiarizado. Você não pode votar a favor."
"Ele deu uma ordem à secretária de Estado, e ela não votou a favor - uma resolução que ela mesma arquitetou, redigiu, organizou e pela qual manobrou. Ela ficou bastante envergonhada e se absteve de votar numa resolução que ela mesma tinha organizado", disse Olmert.
Quatorze dos 15 membros do Conselho de Segurança foram a favor da resolução, que não conseguiu interromper a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza nem o disparo de foguetes pelo Hamas contra território israelense.
Olmert, que está sendo investigado pela polícia por alegada corrupção, renunciou ao cargo de primeiro-ministro em setembro, mas continua a exercê-lo interinamente até que seja formado um novo governo, o que acontecerá após a eleição parlamentar de 10 de fevereiro em Israel.
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