O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, começou neste sábado uma visita de três dias ao Irã para fechar uma série de acordos bilaterais entre os dois países.
Depois de um encontro com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, Amorim disse que é preciso "pensar sobre as mudanças na estrutura político-econômica mundial".
"O importante é que os países em desenvolvimento estreitem os laços sob novas condições e procurem influenciar o redesenho da ordem internacional", disse Amorim.
Celso Amorim também entregou ao líder iraniano uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma proposta de visitas de alto nível entre os dois governos no início de 2009.
"Sabedoria"
Ahmadinejad disse a Amorim que o Irã está satisfeito com a prudência e a sabedoria dos líderes sul-americanos, especialmente do presidente brasileiro, para manter a solidariedade, a coordenação e a unidade entre os países.
"Para remover os efeitos do colonialismo econômico e cultural em nossos países, precisamos de calma, colaboração e esforços incessantes, para assim eliminar a pobreza e estabelecer a paz", afirmou o presidente iraniano após o encontro com Amorim.
Ahmadinejad disse que os sistemas que atualmente dominam o mundo estão se degenerando e que é preciso "dar as mãos para estabelecer novos sistemas".
Acordos bilaterais
Neste sábado, Amorim também se encontrou com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manucher Mottaki.
A utilização de energia nuclear para fins pacíficos teria sido um dos assuntos da reunião, assim como a necessidade de não usar a força e respeitar a integridade territorial dos países, segundo Mottaki.
Amorim reconheceu a importância do Irã no Oriente Médio, frisando que o país tem um papel muito importante para uma paz duradoura na região.
No domingo, o chanceler Amorim participa do encontro comercial Brasil-Irã, cujo objetivo é ampliar os negócios com o Irã, o maior mercado brasileiro no Oriente Médio, responsável por 28,7% das exportações para a região no ano passado.
O ministro Celso Amorim viajou a Teerã acompanhado de empresários brasileiros dos setores de automóveis, petróleo e alimentos.
A visita tem um caráter de reaproximação entre os dois países já que, de acordo com o Itamaraty, a última visita de um chanceler brasileiro a Teerã foi há 17 anos.