O escritório do presidente da Sérvia, Boris Tadic, anunciou hoje que o ex-militar e líder sérvio Radovan Karadzic foi detido. Ele é o último dos líderes sérvios procurados pelos tribunais das Nações Unidas por causa dos crimes de guerra cometidos na década de 1990 nos Bálcãs. Karadzic, que estava foragido desde 1998, é suspeito de ter ordenado matanças de muçulmanos eslavos e de croatas na Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.
Comunicado do governo sérvio informou que Karadzic foi preso "em uma ação dos serviços de segurança da Sérvia." Karadzic foi líder dos sérvios étnicos da Bósnia-Herzegovina, durante a guerra que se seguiu à desintegração da Iugoslávia. Ele é acusado de ser um dos mentores de massacres que o tribunal de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu como "cenas do inferno, escritas nas páginas mais negras da história da humanidade".
Cerca de 250 mil pessoas foram mortas na Guerra da Bósnia, que começou em 1992, quando os muçulmanos eslavos e os croatas da Bósnia proclamaram a independência. Os sérvios bósnios organizaram seu exército e começaram a perseguir os croatas e muçulmanos eslavos. Karadzic é acusado de organizar o massacre de Srebrenica, que ocorreu em 1995. No episódio, forças sérvias invadiram a localidade de Srebrenica, que estava sob a proteção da ONU, e mataram 8 mil homens e meninos, no pior massacre na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
"Esse é um dia muito importante para as vítimas, que esperaram pela sua prisão por mais de uma década," disse o procurador do tribunal de crimes de guerra da ONU, Serge Brammertz. Karadzic, ex-presidente da República Sérvia da Bósnia e ex-comandante supremo do Exército Sérvio da Bósnia, é acusado de genocídio, cumplicidade em genocídio, extermínio, assassinato, perseguições, deportações, atos desumanos e outros crimes cometidos contra muçulmanos eslavos, croatas da Bósnia e outros civis não-sérvios da Bósnia e da Herzegovina. Se ele for extraditado, ele será o 44º suspeito sérvio levado ao tribunal da ONU, na Holanda.
Fonte: Agência Estado
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