McClellan trabalhou como porta-voz de julho de 2003 até sua renúncia, em abril de 2006, período em que foi um ferrenho defensor das políticas adotadas por Bush.
Mas, nas 314 páginas de seu livro de memórias, intitulado What Happened: Inside the Bush White House and Washington's Culture of Decepcion (O que Aconteceu: Dentro da Casa Branca de Bush e a Cultura de Enganação de Washington, em tradução livre), McClellan não poupa críticas ao presidente e a seus assessores.
O ex-porta-voz afirma que Bush "desviou terrivelmente da rota" e, apesar de não chegar a dizer que o presidente mentiu sobre as razões para ir à guerra, avalia que o governo orquestrou um processo em que o uso da força no Iraque se tornou a única opção.
"Tudo se tratava de manipular fontes da opinião pública em favor do presidente", disse. "Ninguém, incluindo eu, pode saber com absoluta certeza como a guerra será vista daqui a algumas décadas, quando entendermos melhor seu impacto."
"O que sei hoje é que uma guerra deve ser travada quando necessária, e a guerra no Iraque não foi necessária", completou.
Katrina
McClellan também criticou a postura do governo Bush nos dias que se seguiram à passagem do furacão Katrina pelo sul dos Estados Unidos, em agosto de 2005.
Segundo o ex-porta-voz, os funcionários da Casa Branca passaram boa parte da primeira semana depois do Katrina em "estado de negação".
"Um dos piores desastres da história de nossa nação se tornou um dos maiores desastres na Presidência de Bush", disse McClellan.
"A percepção desta catástrofe se tornou pior devido a decisões tomadas pelo presidente Bush, principalmente por ele não ter sido aberto e direto sobre o Iraque e por acelerar o início da guerra com inadequados planejamento e preparativos para o período posterior".
Fonte: BBC Brasil
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